segunda-feira, 28 de junho de 2010

Tudo vago.

Esta manhã estava eu naquele soninho maravilhoso, dormi com a janela do meu quarto
aberta, não porque estava calor, mais porque eu havia fumado no quarto e o cheiro
e a fumaça poderia me asfixiar durante o sono, sério, tenho asma, rinite, bronquite, sinusite e mais uma porrada de doenças do gênero. Bom, meu sono estava ótimo, mais
era um sono leve por isso que eu sentia um ventinho fresco entrar pela janela,
porém eu fui acordada por uma louca abrindo a porta do meu quarto e gritando no
meu ouvido, essa louca a quem me refiro era a minha querida mãe, que justo nessa
manhã resolveu implicar comigo, falando, aliás, gritando um monte de merda,
cobrando um monte de coisas que nem tinha tanta importância, me falando cada coisa
que uma mãe nunca deveria falar para um filho, afinal, eu não pedi pra nascer nessa
porra. Tem horas que é melhor ser surdo do que ouvir certas coisas.
Eu não merecia isso logo nessa manhã, já estava com a cabeça cheia de coisas, um
monte de probleminhas chatos pra resolver no meu mundo paralelo, dormi mal, aliás,
nem dormir praticamente e pra acabar com uma única brecha de luz tive que ir ao
banco pra enfrentar uma fila do inferno e no final das contas não resolver quase
nada do que tinha pra fazer.
Voltei pra casa com um mau humor maior que o normal, entrei no meu quarto pra não olhar pra cara da minha mãe e nem ouvi-la me enchendo o saco e não sai
mais, não tomei café e nem almocei, nem fome eu sentia pra falar a verdade, e eu ainda
tinha que ir trabalhar logo mais.
Resolvi ouvir música, escolhi uma das minhas playlist preferida, mais mudei logo,
porque começou a tocar Use Somebody de Kings Of Leon e eu definitivamente não estava no clima, pulei o álbum, daí começou a tocar Portishead, bem pior né, eu deveria ter tirado na mesma hora, mais não, eu deixei rolar, acendi um cigarro e fiquei curtindo
o som, a voz excitante da Gibbons, me deixei levar pela músicas,
principalmente por Roads.
Nostalgia, foi o que senti, mais eu não soube definir de onde vinha essa nostalgia
toda, porque eu não sentia mais aquela chama da saudade no meu peito, era um
sentimento forte, entretanto vago, como se não tivesse sentido, como se tivesse
acontecido a muito tempo, algo que se desgastou.
Não havia sentido aquela nostalgia que tanto me deprimia e ao mesmo tempo fazia com que eu me sentisse livre, solta como a fumaça que era soprada da minha boca. Porque o sentimento de nostalgia é o sentimento de saudades, de algo que nos falta, tipo a falta de pessoas, ou a falta de momentos, ou até mesmo a falta de um cheiro, ou de um gosto, ou de uma música, enfim...

'A vida é maravilhosa, mesmo quando dolorida. Eu gostaria que na correria da época atual a gente pudesse se permitir, criar, uma pequena ilha de contemplação, de autocontemplação, de onde se pudesse ver melhor todas as coisas: com mais generosidade, mais otimismo, mais respeito, mais silêncio, mais prazer. Mais senso da própria dignidade, não importando idade, dinheiro, cor, posição, crença. Não importando nada.' [ Lya Luft ]

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