terça-feira, 11 de maio de 2010

Uma luta diária.


Nas manhãs de frio ameno, saio de casa pra minha batalha diária, digo uma coisa, cada dia da minha vida é uma luta em busca da sobrevivência. Em minha mente criativa, as palavras surgiam como um turbilhão de água, que vão para os meus dedos e dos meus dedos vai para esse teclado de computador e logo depois postado no blog, é assim que eu faço pra desabafar e amenizar um pouco toda essa descarga elétrica de pensamentos. É um jeito que eu tenho de expressar as coisas, coisas que se fossem faladas seriam tratadas como mentiras, bobagens, insanidades... Eu já vivi muito ao redor de todo mundo, fui e de certa forma ainda sou popular. Hoje, vivo distante e confortável em meu mundinho pequeno, observo de longe o que acontece com as pessoas e vou aprendendo com isso. Eu tecnicamente não vivia na realidade, mas havia uma exceção, uma coisa boa que acontecia quase todos os dias e que me fazia bem. Mais essa exceção se foi... E agora tudo ficou singular, eu sou apenas de mim mesma, não sou de ninguém e ninguém é de mim. Eu estava por esperar, era só uma questão de tempo pra chegar a hora do basta, foi assim que aconteceu, desistiu, não resistiu, sentiu medo, não tentou... Só digo uma coisa, tudo vale a pena, temos que arriscar tentar, buscar, avançar sempre... O destino quis me derrubar, tentaram me derrubar assim como fizeram com as World Trade Center, mais eu consegui ficar intacta, cambaleei um pouco pro lado e pro outro, mas consegui ficar em pe apesar de todas as investidas contra mim. Cada dia que passa me sinto mais fortalecida, me sinto intacta e isso me assusta, de verdade, as vezes tenho medo de me tornar muito mais fria e calculista, cada dia que passa me sinto mais invulnerável e isso só me faz me sentir só. Eu lutei muito, hoje caminho por um vasto cemitério e posso ouvir os outros falando de mim, eu apenas observo de longe, finjo que não estão ali, eles querem me levar junto com eles pra dentro de suas covas, mais eu me recuo e por ora eu me recuso a me recuar. Hoje eu agradeço muito a eles que fizeram com que eu fosse assim, aprendi mais rápido com os erros deles e com os meus erros. Obrigada por me tornar uma lutadora, pois a cada dia é uma luta e um sacrifício acordar e esperar que anoiteça novamente pra eu poder dormir. Agora eu estou no auge da desilusão, me tornei uma pessoa desacreditada e decepcionada e todos os dias eu luto para esquecer a dor crônica e secreta que me segue, todos os dias eu percorro a estrada sozinha, mais eu não vou deixar de fazer as minhas coisas, nunca.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Tudo insano.


Um copo de café ao acordar, duas torrada com geleia e
aquele gosto esquisito na boca e a sensação de não estar
realmente acordada.
Quando o meu dia começa assim ele permanecerá. Pelo menos
é essa a impressão que tenho.
A impressão que o dia não acaba nunca, que o ano passa num dia
só, um dia muito distante de mim e com aquela sensação de
não estar acordada.
De repente percebo tudo amortecido e nem percebo que começou
tudo de novo e não tem previsão para terminar. O tempo passa
de uma forma pelicular, vejo o sol nascer, e vejo o sol nascer
e nascer de novo.
Acordo, acendo um cigarro e fico observando a fumaça, enquanto
isso as luzes das casas e prédios se acendem, ouço buzinas
distantes de algum outro lugar onde há pessoas acordadas e isso
parece uma eternidade, a impressão que tenho é que o dia não
acaba nunca.
Eu não precebo quando começou ou quando começa e nem tenho
previsão de quando termina. E aquela sensação constante de
déjà vu. De repente tudo estar amortecido e eu ouço buzinas
distantes, o barulho da geladeira, olho pro calendário e
pergunto a mim mesma se já não tinha olhado antes, porque eu
tinha certeza que não era sábado, faço notas mentais para me
lembrar que hoje é sábado, até parece que eu fumei um chá.
Se o dia começar assim, ele provavelmente nunca terminará.
E todo aquele barulho de buzinas, geladeira e todos os outros
zumbidos se misturam com o gosto ruim da boca que se mistura
com o café que se mistura com o cigarro que se mistura com
o calendário, domingo.
Pelo menos era essa a impressão que eu tinha. Tento me lembrar
das noites mentais, porque tinha certeza que era domingo, não
é exatamente uma confusão, não é exatamente precisão e eu não
estava exatamente acordada.
Pelo menos essa era a impressão que eu tinha, ou ainda é a
impressão que eu tenho.
Uma caneca de café, os cigarros acabaram, eu faço notas mentais,
preciso comprar uma carteira de cigarro, limpar meu quarto,
segunda-feira.
Acordo a noite, a televisão está ligada, mais eu não
me lembro de estar assistindo televisão, a janela está aberta e
a luz da lua amortecida por outras luzes de postes e de prédios
de algum lugar onde há buzinas e luzes apagadas.
A sensação que tenho no estômago é que estou descendo de uma montanha
russa a cada minuto, está tudo desconfigurado e toda aquela ressaca
física e moral... Está tudo tão insano.