quarta-feira, 2 de março de 2011

Eu sempre te esperei.

Numa manhã de domingo, um domingo normal com nuvens
espalhadas por um céu infinitamente azul e o sol que brilhava
constante e sem desaparecer. Acordei com o canto dos pássaros
que cantavam felizes ali perto, contemplando o dia lindo.
Peguei meus óculos, minha bicicleta e saí pelas ruas da cidade,
como de costume colocava os fones no meu ouvido e saia apreciando
tudo que estava a meu redor, observava os carros passando, as
pessoas andando, as crianças brincando em frente de suas casas ou nos
jardins das ruas.
Fiquei imaginando aquilo, todas aquelas pessoas parecendo tão
felizes, ou será que era apenas uma máscara em suas faces sorridentes?
Depois de andar por mais uns dois quarterões me deparei com algo
deslumbrante, um sorriso que ofuscava tudo que estava a minha volta,
os lábios eram tão bem desenhados que pareciam ter sido pintados por um
artista muito foda, ou simplesmente por um desenhista de rua.
Meus olhos agiram tão rápidos que já tava exigindo aquele sorriso, meu
coração batia rápido demais, parecia que eu ia ter uma taquicardia ali
mesmo, inesplicável como eu fiquei.
Nem tinha percebido que havia parado de pedalar e estava no meio da rua
paralizada com ela, não sei quanto tempo fiquei ali olhando-a, sentada
na praça lendo um livro com uma grande concentração, suas mãos também
eram lindas, pegavam no livro com tanta delicadeza, o vento batia em
seu rosto e em seus cabelos que eu conseguia sentir até o aroma que deles
exalavam, cheiro de mel e flor... Tão doce quanto seu sorriso.
Pensei em ir até lá, mas a carogem me faltava, que estranho, sempre
fui direta quando queria uma coisa. Queria muito ouvir sua voz, resolvi
ir perguntar a ela as horas, e assim percebi que estava tremendo. Só
então o desespero chegou, ela havia se levantado e estava saindo, eu não
podia deixar ela ir assim sem nem ouvir sua voz, comecei
a seguí-la, mas o fluxo de gente e carros aumentou e logo ela havia
sumido.
Trsiteza, foi o que senti, mas não ia desistir, voltaria no outro dia
na mesma hora, até encontrá-la novamente, afinal nada é por acaso, pois
eu sempre fazia esse mesmo passeio e nunca havia percebido ela por aqui.
Desci da bicicleta e resolvi voltar pra casa andando, me virei e por
magia, talvez do amor, ela estava na minha frente.
Nossa como ela era linda, fiquei sem palavras quando nossos olhares se
encontraram e ela sorriu, seu riso foi tão cheio de significados e...
amor!
Ficamos paradas nos olhando por um bom tempo, talvez minutos ou apenas
segundos, ela chegou mais perto de mim e me abraçou, depois sussurou
calmamente no meu ouvido:
-Demorou, mas finalmente você me encontrou.
Continuei sem palavras, eu já estava me odiando por isso, foi quando ela
pegou minha mão e guiou até a minha casa.
A minha única reação era sentir sua mão quente e macia na minha e eu
definitivamente não me cansava de olhar pra ela, a perfeição diante
dos meus olhos.
Quando chegamos no portão da minha casa ela me abraçou com muita
firmeza e disse:
-Posso te fazer uma pergunta?
-Sim!
-Você é sempre tão distraída assim, que não percebe algo tão nítido?
-O que por exemplo?
-Que eu sempre te esperei.
E assim nossos lábios se fundiram como um só.